Energia eólica "offshore" na China: reflexos geopolíticos
- Josieli Santini
- 4 de jun. de 2022
- 1 min de leitura
Atualizado: 9 de ago. de 2022
A transição para uma matriz energética renovável é assunto frequente na agenda internacional e o governo chinês tem sido pioneiro no avanço tecnológico para a implementação de parques eólicos. A geração de energia eólica tende a ocupar mais espaço nas políticas e investimentos nacionais, visto que o uso desenfreado dos combustíveis fósseis não vai ao encontro da sustentabilidade.
De acordo com relatório do Global Wind Energy Council (GWEC), a China totaliza 55% das novas instalações de energia eólica em 2020, seguida dos Estados Unidos com 18%. No ano anterior, 10% da capacidade de geração eólica instalada correspondia a parques “offshore”. O mundo viu um aumento na produção de energia de 2.2 GigaWatts (GW), em 2016, para 6.1 GW, em 2020, consequência de crescentes incentivos nacionais para a construção de parques “offshore”.
Energia eólica “offshore” refere-se a parques de geração onde os aerogeradores são instalados, principalmente, sobre o mar. No que diz respeito à instalação na China, os ventos oceânicos provêm do Mar do Sul da China e do Estreito de Taiwan, regiões onde há tensão política e disputa pela soberania marítima e controle jurisdicional das Zonas Econômicas Exclusivas. Por ligar o Oceano Pacífico ao Índico, o Mar do Sul da China tem rotas comerciais que movimentam o comércio internacional, além de oleodutos e gasodutos.
Ainda, estima-se que o Mar do Sul da China abriga reservas de recursos minerais, principalmente petróleo e gás, tornando os reflexos geopolíticos notáveis. Portanto, para garantir a segurança nacional, a China aumenta a presença militar na região. A instalação de fazendas “offshore”, nesse sentido, pode ser considerada uma estratégia para favorecer a reivindicação territorial do país.
Redação: @josisantini
Arte: @franciscomgeyer
Comments