Um TikTok estatal e o receio de Washington
- Josieli Santini
- 4 de jun. de 2022
- 2 min de leitura
Atualizado: 9 de ago. de 2022
O TikTok, aplicativo de vídeos curtos, apresentou, no mês passado, um novo sócio: o governo chinês. A ByteDance, sócia majoritária, vendeu uma participação de 1% para a WangTou ZhongWen Technology, que tem três estatais do país como proprietárias. Com a negociação, Pequim tem direito a um dos três assentos na diretoria.
O app, chamado na China de Douyin, ultrapassou o Facebook Messenger no ranking de mais baixados nos Estados Unidos no ano passado. Superou, além disso, o YouTube e, segundo relatório do App Annie — plataforma que monitora média de tempo por usuário —, o TikTok aparece na liderança nos Estados Unidos e Reino Unido em termos de engajamento. Considerando a grande expressão desse aplicativo, a compra de participação por parte do governo chinês trouxe à tona, mais uma vez, a discussão sobre os possíveis riscos do TikTok à segurança estadunidense.
O governo chinês busca maior regulamentação e controle sobre as empresas do país. Nesse contexto, o ex-presidente estadunidense, Donald Trump, tentou proibir novos downloads do aplicativo nos Estados Unidos em 2020, alegando que a privacidade dos mais de 100 milhões de usuários estaria sendo prejudicada.
Em atualização recente, o app expandiu a quantidade de informações que coletará dos usuários, acionando um alarme em Washington. Como consequência, senadores solicitaram ao presidente Joe Biden a retirada do TikTok das lojas de aplicativos. Vale ressaltar que o atual presidente dos Estados Unidos revogou a medida de Donald Trump, substituindo-a por um processo de avaliação de riscos de segurança que aplicativos estrangeiros apresentam.
Além de ter banido a implementação do 5G pela gigante Huawei, os Estados Unidos, em uma tentativa de frear a ascensão tecnológica chinesa, impuseram às empresas nacionais a proibição de fornecimento de softwares e componentes eletrônicos para as “high techs” da China.
A guerra tecnológica entre Estados Unidos e China, alegam especialistas, pode ultrapassar as fronteiras desses países e desacelerar o acesso às tecnologias de ponta por países periféricos.
Redação: @josisantini
Arte: igorfmat
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